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Autismo e Canabidiol têm sido temas recorrentes em estudos e discussões médicas que buscam novas abordagens para melhorar a qualidade de vida de pessoas dentro do espectro. À medida que famílias e profissionais exploram alternativas aos tratamentos convencionais, o uso do CBD — um composto não psicoativo da Cannabis — tem se destacado por seu potencial em reduzir sintomas como ansiedade, irritabilidade e distúrbios do sono.
Neste artigo, reunimos evidências científicas e os principais benefícios observados com o uso do Canabidiol no manejo do TEA, oferecendo uma visão clara, responsável e acessível sobre o tema.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental caracterizada por alterações na comunicação, interação social e padrões de comportamento.
Pessoas com TEA podem apresentar dificuldade em manter contato visual, interpretar expressões faciais e compreender gestos, além de demonstrar comportamentos repetitivos e apego excessivo a rotinas.
Os primeiros sinais geralmente aparecem nos primeiros meses de vida, com o diagnóstico sendo estabelecido por volta dos 2 ou 3 anos. A prevalência é maior em meninos, e o espectro varia de formas leves a graves, impactando diretamente a qualidade de vida do paciente e da família.
Embora não exista cura para o TEA, intervenções precoces e multidisciplinares podem melhorar significativamente as habilidades sociais e comportamentais, promovendo maior autonomia e bem-estar.
O que é o Canabidiol (CBD)?
O canabidiol (CBD) é um composto químico extraído da planta Cannabis sativa, amplamente utilizado por suas propriedades terapêuticas. Ao contrário do conhecimento popular acerca da planta, o CBD não induz efeitos psicoativos, sendo amplamente utilizado pelo seu potencial terapêutico.
Nesse sentido, ele interage com o sistema endocanabinoide humano, que regula funções como humor, sono e dor..
Visto que, entre suas propriedades inclui efeitos ansiolíticos, anti-inflamatórios e neuroprotetores, tornando-o uma alternativa interessante para diversas condições médicas.
Disponível em formas como óleos, cápsulas e extratos líquidos, o CBD tem ganhado espaço como alternativa terapêutica para condições neurológicas e psiquiátricas.
Autismo e CBD: Como o CBD pode ajudar no tratamento do autismo?
Estudos indicam que o CBD pode ser útil no manejo de sintomas associados ao TEA. Ele atua modulando o sistema endocanabinoide, que desempenha um papel crucial na regulação de diversos processos fisiológicos, incluindo o desenvolvimento e maturação neuronal, com grande relevância para o TEA.
Além disso, o CBD age regulando neurotransmissores – substâncias químicas que transmitem mensagens entre as células nervosas. – como GABA e glutamato, ajudando a equilibrar a excitação neuronal no cérebro.
Uma pesquisa relatou que pessoas autistas podem ter um sistema GABAérgico distinto de indivíduos neurotípicos, o que sugere que o cérebro autista reage de forma diferente ao GABA. Essa ação pode resultar na diminuição de comportamentos disruptivos e na melhoria da interação social.
O Canabidiol também apresenta propriedades ansiolíticas, e pode ajudar a controlar crises de ansiedade frequentes em pessoas com autismo. Também foi observado que ele contribui para a melhora da qualidade do sono, reduzindo despertares noturnos e promovendo maior estabilidade emocional.
Em um estudo, a combinação de alto teor de CBD e baixa dose de THC se mostrou eficaz no gerenciamento de sintomas associados ao autismo, levando a uma melhor qualidade de vida tanto para o paciente quanto para os cuidadores.
Outro estudo relatou a redução dos fatores como colapsos, desconforto em espaços barulhentos e lotados e falta de apetite. Nesse estudo, a qualidade de vida melhorou em 95% dos casos, e a comunicação melhorou em 85% dos casos.
Pesquisas realizadas no Brasil também mostram resultados promissores: crianças tratadas com CBD apresentaram melhorias na comunicação, atenção e contato visual, além de redução na agressividade. Esses benefícios são atribuídos à capacidade do CBD de equilibrar os sistemas excitatórios e inibitórios do cérebro.
Assim como, também foram observados resultados positivos em estudo que incluíam pacientes epilépticos e não epilépticos, o extrato rico em CBD melhorou sintomas como Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), distúrbios do sono e déficits de comunicação e interação social.
Benefícios do CBD para pessoas com TEA
Os estudos e relatos de caso sobre o uso de canabidiol (CBD) no Transtorno do Espectro Autista (TEA) apontam para uma série de benefícios potenciais, atuando em diferentes frentes para melhorar a qualidade de vida. Os principais incluem:
- Redução da irritabilidade e agressividade: O CBD pode ajudar a modular os neurotransmissores, que frequentemente se apresentam alterados no TEA. Ao ajudar a equilibrar a excitação neuronal e reduzir a hiperexcitabilidade, o CBD pode promover maior controle emocional e diminuir comportamentos agressivos e de agitação.
- Melhora na interação social e comunicação: Isso ocorre pela modulação de neurotransmissores e pela potencial melhora nos níveis de anandamida, um endocanabinoide associado às respostas emocionais e à socialização.
Algumas pesquisas indicam melhora no contato visual e na comunicação verbal, habilidades frequentemente desafiadoras no TEA. - Controle de distúrbios do sono: Dificuldades para dormir são comuns no TEA. O CBD tem demonstrado potencial para ajudar a regular os ciclos de sono e reduzir despertares noturnos, contribuindo para noites mais tranquilas e reparadoras. A melhora na qualidade do sono é um dos benefícios frequentemente relatados por famílias e em estudos.
- Maior qualidade de vida: Ao contribuir para a redução de sintomas como ansiedade, problemas de sono e irritabilidade, o CBD pode levar a uma melhora significativa na qualidade de vida geral, não apenas para a pessoa com TEA, mas também para seus familiares e cuidadores.
- Auxílio em casos de epilepsia: A epilepsia é uma comorbidade frequente no TEA. O CBD já possui bons resultados para certas síndromes epilépticas refratárias.
O Canabidiol atua sobre receptores e sistemas que controlam a excitabilidade neuronal, como o sistema endocanabinoide e receptores de serotonina, ajudando a reduzir a frequência e a intensidade das convulsões em alguns casos.
O uso do CBD é seguro para crianças com TEA?
A segurança do uso de Canabidiol (CBD) em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma preocupação compreensível para muitos pais e cuidadores que buscam alternativas terapêuticas.
No entanto, evidências científicas e relatos clínicos têm apontado para um perfil de segurança favorável, especialmente quando comparado a alguns medicamentos convencionais.
O CBD é um composto da Cannabis não psicoativo e declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma substância não viciante e bem tolerada.
Para tanto, esse respaldo internacional, junto aos estudos iniciais, ajuda a desmistificar seu uso pediátrico.
Frequentemente, a introdução do CBD no tratamento pediátrico começou em casos de epilepsia refratária, onde outras terapias falharam, mostrando resultados expressivos na redução de crises.
Da mesma forma, estudos preliminares em crianças com TEA relataram melhorias significativas no comportamento, ansiedade e comunicação, com efeitos colaterais considerados toleráveis.
Apesar do perfil de segurança promissor e dos benefícios potenciais, é fundamental ressaltar que o uso de CBD em crianças deve ocorrer estritamente sob orientação e acompanhamento médico especializado.
Cada criança é única, e o tratamento precisa ser cuidadosamente individualizado, ajustando-se dosagens e monitorando continuamente as respostas e possíveis efeitos adversos – que, embora geralmente leves (como sonolência ou desconforto intestinal), necessitam de atenção.
Regulamentação e acesso ao CBD no Brasil
No Brasil, produtos à base de canabidiol são regulamentados pela Anvisa e exigem prescrição médica mediante receita especial tipo B (azul). A Ease Labs oferece soluções aprovadas pela agência sanitária nacional para garantir qualidade e segurança aos pacientes.
O acesso ao produto pode ser feito diretamente em farmácias autorizadas.
Autismo e canabidiol, o futuro do tratamento:
O canabidiol desponta como uma alternativa terapêutica promissora para aliviar sintomas comportamentais associados ao TEA. Apesar dos avanços científicos, ainda estão em progresso estudos mais robustos.
Com iniciativas educacionais como as promovidas pela Ease Labs, o PACCE, espera-se que tratamentos baseados em cannabis medicinal se tornem cada vez mais acessíveis para pacientes com TEA e suas famílias.
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