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O mundo moderno imprime uma rotina corrida. Na busca constante por acúmulo de capital e bens de consumo, a qualidade de vida e o bem-estar acabam sendo deixados de lado.
Não à toa, ansiedade, depressão e burnout são as doenças do século. E para além dessas doenças psicológicas, o desgaste pode chegar a ser sentido até no físico, quando o desconforto é tão grande que finalmente leva as pessoas a decidirem buscar orientação médica.
Você tem passado por isso? Sente indisposição no seu dia a dia? Acompanhe a leitura para entender como buscar mais qualidade de vida.
Quais os conceitos de qualidade de vida e bem-estar?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Nesse sentido, ter uma vida de qualidade depende de como o indivíduo se relaciona com as suas atividades cotidianas e com as pessoas que ali estão presentes. Aqui, compreende-se escola ou faculdade, trabalho, casa, ambientes de esporte e de lazer.
É importante notar que existe um preceito fundamental para que todas essas relações ocorram de maneira confortável: a saúde. Ou seja, ter qualidade de vida é manter a busca por uma rotina saudável para que o resto também ocorra bem.
A saúde pode ser dividida em duas: a física e a mental. A falta de saúde física é mais notável. Quando se é acometido por alguma doença, sintomas de dor ou que limitam o deslocamento podem acabar comprometendo as relações com determinados ambientes.
Enquanto isso, a saúde mental está atrelada a um outro conceito: o bem-estar. Muitas vezes, as pessoas culpam fatores externos pelo seu estresse. Mas a verdade é que sentir-se bem depende exclusivamente delas, uma vez que não podemos controlar as ações dos outros, apenas as nossas.
É por isso que mesmo alguém que sofra com uma patologia crônica pode dizer que se sente bem. Os fatores psicológicos contribuem para isso. Mesmo sentindo alguma dor física, a pessoa é positiva. Ela sabe que a doença não é sua culpa e que faz o que está ao seu alcance para tratá-la.
Então se alguém ou algum lugar não te faz sentir bem, você tem opções: perceber o motivo do desconforto e fazer o que for preciso para não mais senti-lo, aceitar e aprender a lidar ou afastar-se e parar de ter contato com a situação.

Conheça os 6 pilares da qualidade de vida
A Medicina do Estilo de Vida é uma prática médica que está muito relacionada à qualidade de vida. Por esse motivo, ela busca a manutenção de hábitos saudáveis, mas que sejam baseados em evidências.
Dessa forma, busca educar o paciente para que ele próprio seja capaz de conduzir mudanças necessárias que sejam capazes de ajudar no tratamento de sua patologia, podendo até interromper o uso de medicamentos e reverter quadros como hipertensão arterial e diabetes. A Medicina do Estilo de Vida se baseia em seis pilares:
Nutrição
Alimentar-se nem sempre é se nutrir. O corpo precisa de substâncias que garantem o seu bom funcionamento, como é o caso de muitas vitaminas. E acredite, a natureza é perfeita. Os alimentos que contém mais vitaminas são os de origem vegetal.
Por isso, vale o ditado “desembale menos e descasque mais”. A sua alimentação pode ser um tratamento, assim como pode ser a causa de sua patologia.
Atividade física
A OMS recomenda exercitar o corpo por pelo menos 30 minutos por dia, com base em comprovação científica sobre os benefícios para a saúde. Os exercícios contribuem para a redução do estresse e melhora do humor, e também um aumento da autoestima e longevidade.

Sono
A baixa qualidade do sono pode ocasionar em perda de concentração ao longo do dia, além de problemas com a memória. Além disso, ter um bom descanso é fundamental para que você dedique-se a todos os outros pilares.
Privar o sono pode fazer com que você tenha, por exemplo, maior necessidade de ingestão de alimentos no dia seguinte, para “recuperar” o seu corpo do cansaço. Que por sua vez também lhe limita na prática de atividade física.
Controle de tóxicos
As bebidas alcoólicas e o cigarro provavelmente são as primeiras coisas que vêm a sua cabeça neste tópico. Apesar de não serem drogas proibidas, não significa que fazem bem.
Contudo, esses não são os únicos vilões. É preciso ficar atento, pois tudo que é consumido em excesso é prejudicial. Até mesmo os alimentos vistos como saudáveis, se consumidos em excesso, podem acabar excedendo a recomendação de ingestão de calorias, por exemplo.
O mesmo vale para as atividades físicas em excesso também podem causar lesões. Da mesma forma, enquadram-se aqui o uso excessivo de aparelhos eletrônicos e de medicação, que se tornam tóxicos ao organismo, podendo causar dependência.
Estresse
É interessante perceber como todos os fundamentos da medicina do estilo de vida estão interligados. Todos os tópicos acima acabam por contribuir com a redução e controle do estresse.
A prática de atividade física, consumo de substâncias que ajudam o organismo a desintoxicar ou desacelerar e o descanso eficiente são essenciais para promover uma boa qualidade de vida.
Além disso, existem ainda algumas ferramentas potenciais que podem ser usadas para ajudar você a controlar estresse em momentos chaves: respiração consciente, meditação, alongamento e yoga são bons exemplos.
Relacionamentos
Os relacionamentos talvez sejam a principal fonte de perturbações que podem minar aos poucos o nosso bem estar e qualidade de vida. Como falamos anteriormente, é algo que não depende exclusivamente de nós, como os outros pilares.
Você decide sobre sua alimentação, sobre seu sono e seus hábitos. Mas não pode interferir na ação que os outros terão com você. E também decide aceitar ou não os comportamentos que as outras pessoas têm. Geralmente, essa aceitação diz muito sobre a forma como você se relaciona com você mesmo.
Sendo assim, é preciso trabalhar em primeiro lugar o relacionamento consigo mesmo. Só assim teremos plenitude e tranquilidade ao nos relacionarmos com os outros.
Depois disso, temos que cuidar dos lugares que frequentamos e das pessoas que nos cercam. Afinal, é importante estar rodeado de pessoas, pois somos seres sociais, feitos para viver em sociedade. A escolha das pessoas que irão compor nossos ciclos sociais impactam no nosso bem estar e felicidade.
Um estudo feito pela Universidade de Harvard nos EUA, constatou que criar laços desperta o senso de pertencimento e, assim, traz felicidade às pessoas. Os laços contribuem até para o aumento da expectativa de vida e adiam prejuízos físicos e cognitivos.
Em 2015, a Association for Psychological Science mostrou que o contrário também é verdade. A revisão de 70 estudos mostrou que pessoas solitárias tinham 26% e 33% mais risco de morrer nos próximos sete anos.

Práticas médicas que prezam pela qualidade de vida
Com o avançar da ciência e da medicina, que têm preconizado o foco no paciente, surgem cada vez mais tratamentos mais naturais e com menos efeitos adversos.
Assim, a Medicina de Estilo de Vida pode ser confundida com outras práticas terapêuticas alternativas como a Medicina Preventiva, a Funcional, Personalizada, Alternativa e a Integrativa. Apesar das nomenclaturas serem semelhantes, cada uma segue uma filosofia.
- Medicina Preventiva: como o próprio nome diz, tem o objetivo de proteger e promover, de antemão, a saúde e o bem-estar, prevenindo as doenças.
- Medicina Funcional: elucida a importância do equilíbrio dos processos funcionais do corpo, como metabolismo celular, digestão, detoxificação e controle do estresse oxidativo. Para isso, se atenta ao uso de produtos nutracêuticos e suplementos.
- Medicina Individualizada ou Personalizada: baseia-se nas características genéticas e nos marcadores biológicos de cada indivíduo para antecipar possíveis problemas.
- Medicina Alternativa: caracteriza-se por uma série de práticas, produtos e sistemas de cuidado da saúde, como acupuntura por exemplo, que não são considerados como medicina convencional.
- Medicina Integrativa: enfatiza a integração do tratamento convencional com tratamentos alternativos como as intervenções de estilo de vida.

3 fatores que impactam na qualidade de vida e bem-estar
Em suma, podemos observar três principais elementos que têm grande influência sobre a qualidade de vida na contemporaneidade:
- Hábitos
- Meio ambiente
- Trabalho
Cerca de 80% das mortes precoces são atribuídas ao tabagismo, sedentarismo, alimentação não saudável e uso nocivo de álcool. Percebe-se então que simples mudanças de hábitos poderiam prevenir doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e diferentes tipos de câncer.
Além disso, percebe-se que a vida agitada das capitais pode interferir no bem estar. É possível observar um aumento na quantidade e na frequência da busca por viagens como opção de lazer e na prática de esportes ao ar livre para maior contato com a natureza.
Por fim, mudanças radicais também estão sendo feitas no cenário profissional. Trabalhos no modelo home-office ou semi presencial e uma redução na carga horária de trabalho têm sido implementadas na tentativa de reduzir os casos de burnout. Acabam por aumentar o rendimento, promovendo maior qualidade de vida aos funcionários.
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Referências
American College of Lifestyle Medicine. <https://lifestylemedicine.org/>
Medicina do Estilo de Vida. Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.Disponível em: <https://www.cbmev.org.br/medicina-do-estilo-de-vida/>
Medicina de Estilo de Vida: O que é? O que não é? Qual a sua importância? – Portal PEBMED. Disponível em: <https://pebmed.com.br/medicina-de-estilo-de-vida-o-que-e-o-que-nao-e-qual-a-sua-importancia/>
Qualidade de vida em cinco passos. Biblioteca Virtual em Saúde – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/qualidade-de-vida-em-cinco-passos/>
Qualidade de Vida. Portal Saúde e Bem estar. Disponível em: <https://www.saudebemestar.pt/pt/blog-saude/qualidade-de-vida/>